O nível do Rio Madeira em Porto Velho atingiu 16,77 metros neste domingo, 6 de abril de 2025, aproximando-se perigosamente da cota de inundação de 17 metros. Esse cenário de cheia tem gerado preocupação entre autoridades e moradores, especialmente nas comunidades ribeirinhas da capital de Rondônia. A estabilidade do nível do Rio Madeira nas últimas 24 horas indica que a situação ainda não se agravou, mas também não mostra sinais de recuo significativo. A proximidade com o limite crítico mantém a Defesa Civil em alerta, monitorando constantemente as oscilações. A cheia do Rio Madeira é um fenômeno sazonal, mas os impactos deste ano já afetam mais de 10 mil pessoas, evidenciando a vulnerabilidade da região.
As comunidades mais atingidas pelo aumento do nível do Rio Madeira incluem Ressaca, Maravilha I e II, Vila Nova e Calama, todas localizadas em áreas ribeirinhas de Porto Velho. Nessas regiões, o acesso está comprometido, com estradas inundadas e a locomoção dependendo muitas vezes de barcos improvisados. A perda de bens materiais, como móveis e utensílios domésticos, é uma realidade para muitas famílias, enquanto moradias próximas às margens sofrem com a invasão das águas. A cheia do Rio Madeira não apenas dificulta o dia a dia, mas também ameaça a segurança e o sustento de quem depende diretamente do rio e das áreas próximas para sobreviver.
A Prefeitura de Porto Velho tem se mobilizado para enfrentar os desafios trazidos pela cheia do Rio Madeira. Uma Sala do Sistema de Comando de Incidentes foi estabelecida pela Defesa Civil Municipal, contando com a colaboração de diversos órgãos, como o Tribunal de Justiça. Essa força-tarefa trabalha na coordenação de ações emergenciais, como a entrega de suprimentos essenciais, incluindo água potável e kits de higiene. O objetivo é minimizar o caos nas áreas mais afetadas e garantir que a população receba suporte adequado enquanto o nível do Rio Madeira permanece elevado. A resposta rápida busca evitar um agravamento da crise humanitária na região.
Historicamente, o nível do Rio Madeira já causou grandes transtornos em Porto Velho, como na cheia recorde de 2014, quando alcançou 19,74 metros. Embora o patamar atual de 16,77 metros esteja abaixo desse marco, a proximidade da cota de inundação reacende o alerta para possíveis cenários extremos. As chuvas intensas na bacia hidrográfica, incluindo regiões da Bolívia e do Peru, contribuem para o aumento do nível do Rio Madeira, um processo natural amplificado pelas condições climáticas do chamado inverno amazônico. Esse contexto reforça a necessidade de monitoramento contínuo e planejamento para mitigar os danos.
A Defesa Civil Municipal tem intensificado esforços para orientar os moradores sobre os riscos associados ao nível do Rio Madeira. Campanhas alertam para que a população evite áreas alagadas e busque abrigo em locais seguros, especialmente em comunidades ribeirinhas onde o acesso à infraestrutura é limitado. Além disso, suprimentos como cestas básicas e hipoclorito de sódio estão sendo distribuídos para garantir a saúde e a subsistência das famílias afetadas. A cheia do Rio Madeira exige uma resposta coordenada, e as autoridades locais estão preparadas para agir caso o nível ultrapasse os 17 metros nos próximos dias.
Os impactos econômicos da cheia do Rio Madeira também são sentidos em Porto Velho e arredores. Agricultores das áreas ribeirinhas relatam perdas de plantações, como banana e outros cultivos essenciais, devido à inundação de terras produtivas. A dificuldade de transporte, com ramais bloqueados pelas águas, compromete o escoamento da produção e o abastecimento de bens na região. Esse cenário reflete como o nível do Rio Madeira influencia diretamente a economia local, afetando desde pequenos produtores até o comércio na capital rondoniense, que depende de vias de acesso terrestres e fluviais.
A previsão para as próximas semanas é incerta, mas especialistas indicam que o nível do Rio Madeira pode começar a recuar ainda em abril, caso as chuvas diminuam. No entanto, até que isso ocorra, a Defesa Civil mantém o estado de atenção, com equipes prontas para intervir em situações de emergência. A experiência com cheias anteriores, como a de 2014, serve de base para as medidas atuais, mas também destaca a importância de investimentos em infraestrutura resiliente. A cheia do Rio Madeira é um lembrete dos desafios impostos pela natureza na Amazônia, exigindo adaptação constante das comunidades e do poder público.
Por fim, a cheia do Rio Madeira em 2025 coloca Porto Velho diante de um teste de resistência e organização. Com mais de 10 mil pessoas afetadas e o nível do Rio Madeira oscilando próximo à cota de inundação, a união entre autoridades e moradores é essencial para superar os impactos. A solidariedade local, aliada às ações preventivas e emergenciais, pode fazer a diferença na redução dos prejuízos. Enquanto o rio segue sendo monitorado, a esperança é que o nível do Rio Madeira estabilize ou recue, trazendo alívio a uma região já acostumada, mas nunca imune, às forças da natureza.
Autor: Amphetrion Farona