O CEO Pablo Said costuma ressaltar que os fundos imobiliários continuam no centro das atenções, mesmo em meio às incertezas provocadas pela política monetária. Com a taxa básica de juros em patamares elevados e projeções econômicas ainda instáveis, muitos investidores se perguntam se manter aplicações em FIIs é uma boa estratégia para 2025.
Como os fundos imobiliários funcionam e por que atraem investidores?
Os fundos imobiliários, conhecidos como FIIs, reúnem recursos de diversos investidores para aplicação em empreendimentos imobiliários, como prédios comerciais, shopping centers, galpões logísticos ou até títulos de dívida ligados ao setor. O apelo dos FIIs está na possibilidade de obter renda passiva mensal, além de participar da valorização dos ativos ao longo do tempo.
Mesmo diante de cenários adversos, Pablo Said explica que os fundos imobiliários seguem atraindo interesse por proporcionarem acesso ao mercado imobiliário com menor necessidade de capital e maior liquidez do que a compra direta de imóveis. Essa característica torna os FIIs uma ferramenta prática para diversificação patrimonial, principalmente para investidores que desejam exposição ao setor sem imobilizar grandes volumes de recursos.
O impacto da política monetária nos fundos imobiliários
Em tempos de juros altos, os FIIs enfrentam desafios específicos. O rendimento oferecido pelos fundos precisa competir com as taxas atrativas dos títulos de renda fixa, que se tornam opção segura e rentável para os investidores. Pablo Said destaca que, nesse contexto, fundos imobiliários com foco em imóveis comerciais ou logísticos podem sentir queda nas cotações, já que parte do mercado busca alternativas mais previsíveis em termos de retorno.
Adicionalmente, o especialista ressalta que fundos expostos a contratos atrelados a índices de inflação sofrem pressão adicional quando há volatilidade no cenário macroeconômico. Isso pode gerar impacto direto na distribuição de rendimentos, exigindo análise cautelosa por parte dos investidores antes de ampliar posições nesse segmento.

Perspectivas para 2025 e oportunidades no mercado de FIIs
Apesar dos obstáculos, o mercado de fundos imobiliários apresenta oportunidades interessantes para quem pensa no médio e longo prazo. Muitos ativos estão sendo negociados abaixo do valor patrimonial, o que pode representar uma chance para investidores mais arrojados. Pablo Said aponta que setores como logística e lajes corporativas de alta qualidade têm mantido desempenho sólido, mesmo em meio a juros elevados, principalmente em regiões com demanda consistente.
Outro ponto relevante é que alguns FIIs têm buscado diversificar suas carteiras, incluindo imóveis alternativos, como hospitais, centros de educação e data centers, o que amplia as possibilidades de receita e reduz a dependência de segmentos mais tradicionais.
Estratégias para investir em fundos imobiliários em cenário desafiador
Em períodos de juros altos, a escolha dos fundos imobiliários exige ainda mais critério. Para investidores conservadores, pode ser interessante priorizar fundos com contratos de longo prazo, inquilinos sólidos e baixo índice de vacância, garantindo previsibilidade na geração de renda.
Por outro lado, investidores com maior apetite ao risco podem enxergar no momento atual uma chance de comprar cotas descontadas, apostando em recuperação do mercado caso os juros comecem a cair. Pablo Said observa que, embora o ambiente seja desafiador, quem conseguir identificar fundos resilientes e bem administrados poderá aproveitar valorizações expressivas quando o ciclo de aperto monetário chegar ao fim.
Olhar atento para o cenário econômico e novas tendências
Pablo Said frisa que, para 2025, será crucial acompanhar de perto as decisões do Banco Central e os indicadores econômicos que influenciam o comportamento do mercado imobiliário. O especialista acredita que, mesmo em um ambiente de juros elevados, a procura por ativos reais continuará firme, pois muitos investidores enxergam nos FIIs uma proteção contra a inflação e uma forma de preservar o patrimônio.
Para ele, os fundos imobiliários continuarão sendo peça importante nas estratégias de quem busca renda passiva, diversificação e possibilidade de ganhos de capital. O segredo, segundo Pablo Said, estará em analisar criteriosamente cada fundo, evitar decisões baseadas apenas no momento atual e pensar no potencial de valorização que pode surgir quando o cenário econômico começar a se estabilizar.
Autor: Amphetrion Farona